terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Atualização da Mensagem Bíblica

A mensagem cristã, sempre deve estar sendo atualizada. Deve-se observar que se esta não for devidamente relevante, ela em pouco tempo será posta de lado. Um belo exemplo são as teologias que ao longo dos anos vem se mantendo por cada vez menos tempo.
Se observarmos com cuidado, veremos quantas mudanças significativas ocorreram dos tempos bíblicos para os dias de hoje. Isto não se limita apenas a diferenças tecnológicas, apesar de também ter influências muito grandes na leitura do texto, mas também culturais. Quando se falava em céu e inferno, automaticamente se associava a alto e baixo, respectivamente, hoje sabemos que não há esta relação espacial, mas mostra-nos a separação de Deus e o ser humano.
Há verdades bíblicas que são mais simples de explicar até mesmo utilizando-se das figuras bíblicas, já outras podem ser mal interpretadas, como é o caso de possessão demoníaca que alguns veriam como uma doença psicossomática por não entender a concepção de seres espirituais invisíveis.
Existem 3 linhas a serem seguidas quando o assunto é atualização da mensagem cristã. O primeiro entende que os conceitos bíblicos devem ter sua terminologia mantida, não sendo necessária uma explicação para nossa época, já que é o Espírito Santo que torna a mensagem inteligível e aceitável. Qualquer tipo de alteração na mensagem é considerado uma perversão.
Já o segundo grupo entende que há partes de conceitos bíblicos que estão obsoletos, devendo ser reescritos ou até eliminados, pois hoje o homem não mais seria ignorante para aceitar explicações sobrenaturais, violando seu intelecto. Isto pode até alterar pontos fundamentais da doutrina cristã.
Por fim, o terceiro grupo mantém a essência da doutrina cristã, todavia, busca reformular os conceitos para uma melhor compreensão. Apesar de tornar a mensagem mais compreensível ela não deve necessariamente ser aceitável para os padrões contemporâneos sob pena de esvaziar a mensagem.
Após ver estes grupos, somos confrontados com a pergunta: qual é o elemento permanente no cristianismo? A Igreja Católica Romana diz ser a instituição, sendo então esta a única capaz de anunciar a doutrina. Harry Fosdick já afirmou que a experiência é o elemento permanente, assim toda experiência que guarde qualquer relação com algo do cristianismo primitivo é válida. Terceira abordagem, defendida por Walter Rauschenbusch, tem por base a vida ética, bastando viver segundo padrões morais ensinados por Jesus para ser salvo. O último grupo defende as doutrinas, não sendo bastante as regras morais. Apesar de ser indispensável não são as doutrinas o elemento permanente do cristianismo.
Assim, pode-se perceber que a mudança dever estar na forma e não no conteúdo da mensagem transmitida.
Para se ter certeza da permanência há alguns passos a serem observados:
1 – fatores encontrados em diversas culturas da época dos textos bíblicos. Há séculos de diferença entre textos do AT para o NT, se há elementos convergentes, PROVAVELMENTE, devem ser permanentes;
2 – há doutrinas que tem aplicação universal. Para tanto há uma tarefa a ser exercida sem prazo previsto e sem que se restrinja a determinada coletividade e cultura;
3 – fator que tem por base outro já reconhecido como permanente. Um exemplo é Jesus ensinando sobre o casamento, tendo por base os textos do AT que visavam a união permanente do casal;
4 – ligação indissolúvel com uma experiência essencial. Por exemplo, a necessidade de Cristo ter efetivamente ressuscitado contrariando teólogos que separavam a veracidade do fato da esperança de um futuro;
5 – posição final dentro da revelação progressiva. Há passagens na Bíblia que tomam nova forma, pois o ensinamento foi completado conforme Deus se revelou. Jesus por vezes citava algo que foi dito, mas ele então mandava que seus discípulos fizessem de forma mais aperfeiçoada, mais completa. Pode-se citar o Cordeiro que morreu pelos pecados, não sendo mais necessário o sacrifício de novos cordeiros.
É das Escrituras que temos que retirar a essência, quaisquer outras fontes apenas servirão para mero auxílio.

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